Como objetos pessoais podem criar um ambiente familiar em residências geriátricas.

A importância da personalização em Residências Geriátricas e Instituições de Longa Permanência (ILPI’s)

As posses de um indivíduo representam uma vida inteira de memórias, conquistas e atividades. É vital que os residentes possam trazer consigo alguns de seus objetos favoritos e especiais quando se mudarem para um novo ambiente. 

Direito à personalização

 

As residências geriátricas devem levar em conta a importância desses pertences, não os tratando como simples objetos que os residentes trazem com eles, mas como um direito de continuar a viver num ambiente que considerem  adequado e onde valha a pena morar. Cada vez mais residências geriátricas estão adotando políticas que não apenas permitem, mas que incentivam que os bens pessoais sejam transferidos com os residentes, e que podem incluir camas, móveis, arte e objetos de decoração. 

Como personalizar?

Itens pessoais devem ser armazenados e expostos nos quartos e até mesmo nas áreas comuns compartilhadas com outros residentes.

Benefícios da personalização

  • Os bens pessoais ajudam os atendentes a conhecer melhor os residentes, seus gostos, família, lembranças especiais de viagens e uma vida bem vivida. 
  • Isso é ainda mais importante no caso daqueles que sofrem de dificuldades de comunicação, como demência e afasia expressiva. Muitas vezes, pessoas com problemas de comunicação não conseguem contar sua própria história de vida mas as recordações de viagem e fotos de família podem “falar” por elas. 
  • Uma das principais razões para a personalização do ambiente para o residente é ajudá-la a lembrar-se de pessoas, lugares e objetos, compensando déficits de memória. 
  • Ter itens familiares por perto faz com que se sinta em casa, cria espaços personalizados mais distintos e fornece dicas de orientação para todos. Por exemplo, um residente reconhecerá a cadeira favorita e poderá experimentar a alegria de se apoiar nas almofadas suas conhecidas da sala de estar, ou então, beber chá na sua xícara preferida de porcelana pode fazer uma enorme diferença para a sensação de bem-estar.
  • A exibição de itens pessoais em uma vitrine acesa ao lado da porta do quarto pode ajudar os residentes a encontrar seu quarto. Quanto mais significativos os objetos ou mais forte a memória associada aos objetos, melhor ajudam a localizar seu quarto. Alguns pesquisadores descobriram, por exemplo, que o uso de uma fotografia grande (20×26) na porta ajudou uma pessoa a localizar seu quarto. 

Envolvimento do residente e da família

Uma opção é pedir à família do residente que traga uma foto de casa para pendurar na porta do quarto. Pode ser uma foto anterior do residente ou uma foto de uma ocasião especial como um casamento. Frequentemente, uma pessoa já não reconhece sua imagem atual, mas reconhece um animal de estimação favorito que fez parte de sua vida, uma foto de sua casa na infância ou outro objeto, como um troféu ou um enfeite favorito da casa. Quaisquer que sejam os itens que se decida usar para personalização e orientação, convém fazer um teste de reconhecimento pelo residente:  perguntar a ele se sabe quem ou o que está na foto, se ele gosta do objeto ou se ele gostaria de tê-lo à sua porta. O residente deve sempre ter uma possibilidade de escolha de como o quarto vai ser decorado e quais fotos serão usadas. 

Sugestão

Portanto, passeie pela memória e reúna algumas passagens favoritas do passado. A personalização é uma maneira maravilhosa de fazer o residente se sentir mais conectado com sua nova casa e ter uma melhor orientação em um ambiente diferente.

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Publicação original de Jennifer Brush, MA, CCC / SLP | 17 de julho de 2014 | Disponível em:

https://brushdevelopment.com/the-importance-of-personalization-in-long-term-care-communities/

Tradução e adaptação: Equipe 3i+

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About Cida Griza

. Terapeuta Ocupacional . Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise - PUC/PR . Especialização em Atenção à Saúde do idoso (Gerontologia) - UFSC/SC . Especialista em Rede de Atenção à Saúde de Pessoas com Deficiência - UNESC . Terapeuta Ocupacional responsável pela SEVEN SENSES de Florianópolis . Coordenadora da Abraz-Subregional de Joinville/SC (2002 - 2010) . Professora do curso de pós graduação em Gerontologia - FURB/SC

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