3 DICAS PARA QUANDO IDOSO COM ALZHEIMER DIZ “QUERO IR PARA CASA”

Por que alguém com demência pede para ir para casa?

É muito comum cuidadores enfrentarem uma pessoa com Alzheimer dizendo repetidamente “quero ir para casa”. É estranho e frustrante, pois ela está em casa.

Problemas de memória e cognição fazem com que uma pessoa com Alzheimer veja o mundo de modo diferente. Então, quando ela diz “eu quero ir para casa” na verdade está querendo transmitir algum sentimento de insegurança e não um pedido literal de “ir para casa”.

A melhor coisa a fazer é dar-lhe em conforto e segurança e responder às emoções que estão por trás do pedido. O objetivo é reduzir a ansiedade ou a sensação de medo e insegurança. Ajudando-a a se acalmar dá a oportunidade de averiguar o que está causando essa insegurança – uma dor física ou uma necessidade.

3 Estratégias calmantes para responder a “eu quero ir para casa”

1. Tranquilize e conforte​ para validar as necessidades da pessoa


Ao dizer “quero ir para casa” ela está tentando comunicar que está tensa, ansiosa, assustada ou precisando de alguma coisa.

Ao responder de maneira calma e positiva, você validará suas necessidades e sentimentos. Isso a ajuda a se sentir compreendida e apoiada.

Aproxime-se da pessoa de forma calma, segura e relaxada. Ao permanecer calmo você ajudará a pessoa a se acalmar também.

Se ela gosta de abraços, dê-lhe um. Algumas pessoas podem preferir toques ou afagos suaves nos braços ou ombros, ou simplesmente que você se sente ao lado.

Outra forma de dar mais conforto e tranquilidade pode ser dar-lhe um cobertor macio, uma boneca ou um bichinho de pelúcia.

2. Evite racionalizar e dar explicações


Tentar usar a lógica e a razão não vai funcionar, neste momento. Explicações vão apenas deixá-la mais insistente, agitada e chateada. Não tente explicar que ela está em sua própria casa, que aqui é a casa dela ou que ela veio morar com você há 3 anos.

Ela não vai conseguir processar essas informações e vai achar que você não está ouvindo, não se importa ou que a está impedindo de fazer algo importante para ela.

3. Valide, redirecione e distraia


Primeiro, concorde e valide o sentimento
Concorde, dizendo algo como “Ok, iremos logo.” ou “É uma boa ideia. Iremos assim que eu limpar esses pratos”. Isso acalma a situação porque você não está dizendo a ela que está errada.

Em seguida, redirecione o foco e distraia a pessoa
Depois de concordar, redirecione sutilmente a atenção dela. Esse redirecionamento deve levar a atividades prazerosas e alegres que a desviem do desejo de ir para casa.

Por exemplo, você pode gentilmente segurá-la pelo braço enquanto diz “Ok, nós iremos logo” e caminhar juntos pelo corredor até uma grande janela ou até a cozinha. Aponte para os pássaros e flores do lado de fora ou ofereça um lanche ou bebida preferida. Depois, mude casualmente para outra atividade que faça parte da rotina diária. Outro exemplo é dizer “Ok, vamos pegar seu casaco para que você não sinta frio quando sairmos”. Então, enquanto vocês dois estão caminhando para pegar o casaco vá conversando sobre algo agradável, pare para tomar uma xícara de chá ou se envolver em uma atividade de que ela goste.

Ou ainda, peça a ela que fale sobre a casa dela. Perguntar sobre sua casa faz a pessoa compartilhar memórias agradáveis. Faça perguntas abertas que encorajam a compartilhar seus pensamentos, sentimentos e lembranças agradáveis. Depois de um tempo, direcione a conversa para um outro assunto.

Outros exemplos de perguntas:

– Acho que sua casa era adorável, conte-me mais sobre ela.

– Qual é a primeira coisa que você vai fazer quando chegar em casa?

– Qual é o seu cômodo favorito da casa?

– Como era seu quarto?


Leia também artigo: CUIDADOS A TOMAR COM A INQUIETAÇÃO E A PERAMBULAÇÃO


POLÍTICA EDITORIAL: O site TERCEIRA IDADE MELHOR acredita que a educação é a chave para o sucesso no atendimento a pessoas com ALZHEIMER e outras demências. Trabalhamos para garantir que a seleção de recursos e conteúdos sobre IDOSOS, ALZHEIMER e outras demências, aqui publicados contribuam para a conscientização e apoio a famílias e profissionais que se dedicam aos idosos.

Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.


Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)       Especialista em Saúde Mental. Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR    |     Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC    |     Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência


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