ACEITANDO O DIAGNÓSTICO

Aceitando o diagnóstico

Saber que alguém da família, seu companheiro por exemplo, foi diagnosticado com Alzheimer ou outra demência pode mudar sua vida. Aceitar o diagnóstico é um processo doloroso que requer tempo. As reações comuns de negação e medo são normais e podem ajudar você e a pessoa diagnosticada a processar a dor que você está sentindo.

  • Processo de aceitação
  • Encontrar objetivo
  • Buscando apoio, suporte

O processo de aceitação

Talvez você tenha tentado encorajar a pessoa diagnosticada a aprender e entender sobre a nova situação, apenas para ouvir que “nada está errado”. Ou talvez você tenha hesitado por medo do futuro. Seja qual for a circunstância, aceitar um diagnóstico de doença de Alzheimer ou uma demência requer tempo para absorver informações sobre a doença.

Uma reação comum é a família e o parceiros de cuidado comecem a buscar informações sobre a doença logo após o diagnóstico. Saber o que esperar e conhecer sobre acesso a recursos e suporte disponíveis é um passo importante para se conscientizar do compromisso com a pessoa diagnosticada e da determinação para superar isso juntos.

 Primeiramente é preciso dar tempo para processar o diagnóstico e se ajustar a esse “novo normal”. O processo de aceitação é tão importante para o parceiro de cuidado quanto para a pessoa recém-diagnosticada. Não há duas pessoas que lidam com o diagnóstico exatamente da mesma maneira. Não existe uma abordagem certa e alguns dias podem ser mais difíceis do que outros, mas não desanime.
 

Permitir-se tempo para sentir e lamentar as perdas atuais e futuras que você e a pessoa diagnosticada podem experimentar, pode ser saudável. Quanto mais cedo você for capaz de aceitar o diagnóstico, mais preparado você estará para ajudar a pessoa que vive com demência a se aproximar também da aceitação.

Indivíduos com a doença reconhecem que, embora muitas vezes leve tempo para aceitar seu diagnóstico, ações específicas iniciadas pelo parceiro de cuidado auxiliam nesse processo.

Paciência, flexibilidade e comunicação aberta podem fornecer à pessoa com demência a garantia de que não precisa enfrentar seu diagnóstico sozinha. Para muitos, o simples reforço parceiros de cuidado de que “estamos juntos nisso” é o ato de apoio mais valioso.

Dicas para ajudar a pessoa diagnosticada a aceitar seu diagnóstico:

  • Dê tempo para que o indivíduo se sinta triste sobre como sua identidade está mudando.
  • Enfatize os papéis e responsabilidades que ainda são significativos para a identidade da pessoa, ou seja, avô, mãe, filha, etc.
  • Incentive a pessoa a falar com um amigo de confiança ou até mesmo um conselheiro profissional, para conversar sobre essas difíceis emoções.

Neste estágio inicial, contar aos outros sobre o diagnóstico de Alzheimer ou demência pode ser um dos passos mais difíceis para a pessoa diagnosticada e seu parceiro de cuidado. Pode haver ansiedade em torno de quem contar e preocupações sobre o estigma social.

Compartilhar o diagnóstico com outras pessoas pode abrir novos relacionamentos e conexões com pessoas que você não sabia que estavam dispostas a apoiá-lo. Para outros, ouvir o diagnóstico pode testar os relacionamentos; alguns amigos e familiares podem reagir com negação ou se afastar refletindo seus equívocos sobre a doença de Alzheimer.

No entanto, pode ser positivo compartilhar o diagnóstico com outras pessoas. Esteja aberto com amigos e familiares sobre as mudanças que estão ocorrendo. Eduque-os sobre a doença e diga-lhes como podem ser solidários.


Manter um senso de identidade e encontrar um propósito de vida

Um diagnóstico de Alzheimer ou outra demência é muitas vezes acompanhado de incerteza em torno da identidade e do propósito de vida. Novos desafios apresentados por viver com a doença – incluindo estigma e percepções errôneas – podem fazer com que a pessoa questione suas capacidades e, por sua vez, sua identidade. Não é incomum que uma pessoa que vive no estágio inicial faça a pergunta “Quem sou eu?”

Uma maneira de as pessoas no estágio inicial da doença superarem a perda de identidade é encontrar maneiras de se engajar em atividades que tragam significado e propósito à sua vida. Para alguns, isso significa explorar as habilidades que já possuem, enquanto outros podem optar por se envolver em novas atividades que trazem um novo senso de propósito.

Encontrar um novo propósito pode ajudar a confirmar que a doença de Alzheimer não precisa definir uma pessoa. Considere as dicas abaixo para ajudar a pessoa em estágio inicial a encontrar significado e propósito:

  • Discuta o que traz significado e propósito para sua vida.
  • Incentive a pessoa a se envolver em atividades de que gosta.
  • Considere atividades que vocês podem fazer juntos.
  • Trabalhe em conjunto para identificar oportunidades em casa ou na comunidade que possam alavancar seus pontos fortes e interesses.
  • Discuta quais novas atividades a pessoa pode estar interessada em experimentar.
  • Incentive o indivíduo a se conectar com outras pessoas que vivem com a doença para aprender o que estão fazendo para permanecer ativo e engajado na vida.


Buscando suporte

Um diagnóstico de Alzheimer ou demência altera a vida tanto da pessoa que vive com a doença quanto da família e amigos.

Você desempenha um papel importante no apoio à pessoa que foi diagnosticada. Ao longo do caminho, você também precisará do apoio de outras pessoas.

Muitas vezes, os parceiros de cuidados olham primeiro para a família e os amigos. Depois de identificar amigos ou familiares confiáveis, seja específico sobre como você gostaria de envolver o apoio deles. Isso pode ser assistência com transporte de ou para consultas médicas, ajuda em passeios sociais ou simplesmente ter alguém com quem conversar.

Existem também programas comunitários, grupos de apoio e redes sociais online que oferecem a oportunidade de aprender com outras pessoas que têm um amigo ou familiar com demência.

Muitas vezes ouvimos os parceiros de cuidados dizerem que estão procurando apoio de pessoas que “realmente entendem porque também estiveram lá”.


Publicado em ALZHEIMER ASSOCIATION. Artigo original disponível aqui.


POLÍTICA EDITORIAL: O site TERCEIRA IDADE MELHOR acredita que a educação é a chave para o sucesso no atendimento a pessoas com ALZHEIMER e outras demências. Trabalhamos para garantir que a seleção de recursos e conteúdos sobre IDOSOS, ALZHEIMER e outras demências, aqui publicados contribuam para a conscientização e apoio a famílias e profissionais que se dedicam aos idosos.

Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.


Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)       Especialista em Saúde Mental. Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR    |     Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC    |     Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência




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