“Em que estágio da demência está meu familiar?”
A progressão da demência é influenciada pelo tipo de demência (como Alzheimer, Fronto-temporal, Corpúsculos de Lewy e outras), pelo estilo de vida e saúde física/mental da pessoa, apenas para citar alguns fatores. A categorização é uma média aproximada e generalizada. Pessoas com demência nem sempre se encaixam “perfeitamente” em um estágio específico. E mesmo dentro de um estágio há diversas gradações.
Comprometimento cognitivo leve
O comprometimento cognitivo leve (CCL) é uma mudança no pensamento ou na memória que pode ser percebida pelo próprio paciente ou por outra pessoa (às vezes, ambos). Um médico pode encontrar evidências de problemas de memória ou pensamento durante um exame, que geralmente envolve algum tipo de teste de memória. A pessoa com problemas de memória pode viver de forma independente e pode trabalhar, dependendo do tipo de trabalho. O CCL leve é conhecido como transtorno neurocognitivo leve. Ter CCL não significa necessariamente que a pessoa irá desenvolver uma demência. Normalmente, apenas amigos próximos, familiares ou colegas percebem que algo está “desligado”.
Fase Inicial (2-4 anos)
Às vezes, esse estágio é conhecido como demência leve. Os especialistas em demência não gostam de usar o termo “fase inicial” porque pode ser confundido com demência precoce (demência que antes dos 60 anos). As pessoas nesta fase têm episódios de esquecimento e confusão. Podem ou não relatar perda de memória. E neste estágio frequentemente perdem objetos familiares (como o controle remoto da TV ou o smartfone). Os outros podem notar problemas com o uso correto de palavras. Por exemplo, em vez de dizer “copo”, a pessoa no estágio inicial pode dizer “a coisa que se usa para beber”. As pessoas neste estágio podem ter dificuldade de lembrar de nomes novos, como de novos conhecidos ou de um novo dispositivo (como um smartphone recém-lançado).
Fase Intermediária (2-10 anos)
Nesta fase, pessoas com demência sabem seu nome, onde está localizada atualmente (como o local do consultório médico), o dia da semana e a data. No entanto, podem começar a precisar de ajuda para viver com segurança em suas casas. Têm problemas para reunir a documentação fiscal, controlar o saldo bancário e lembrar dos compromissos. Quando entram nesse estágio, elas podem precisar compensar esses problemas com sucesso usando listas, calendários, notas e alarmes. Conforme o tempo passa, podem ter mesmo dificuldades em usar essas recursos e estratégias. Começam a ter problemas para se vestir adequadamente para a estação e o clima. Muitos ficam sobrecarregados em novos ambientes porque são incapazes de filtrar imagens e sons sem importância e prestar atenção a uma conversa. Eles são incapazes de lembrar seus dados de nascimento e endereço atual. Quando perguntados onde moram, eles podem fornecer uma localização de décadas atrás.
Os cuidadores familiares costumam me perguntar: “é seguro que as pessoas nesta fase sejam deixadas sozinhas?” Depende. A pessoa com demência pode reconhecer uma ameaça (como um incêndio na cozinha) e sair de casa com segurança? Sabe ligar para um telefone de emergência, se caírem e se machucarem?
Fase avançada (1-3 anos)
Pessoas com demência em estágio avançado não podem mais viver de forma independente. Requerem assistência parcial ou total com atividades de vida diária (AVD’s) como vestir-se, tomar banho, ir ao banheiro e comer. Podem falar muito pouco ou quase nada. Geralmente ficam acamados.
Fatores que afetam o tempo de duração das fases
Os tempos de duração indicados são apenas uma média generalizada. Em realidade, a duração pode variar de pessoa a pessoa e depende de muitos fatores:
- Saúde física e mental geral. Pessoas com boa saúde e poucas comorbidades podem permanecer em CCL ou fase inicial por muito mais tempo do que outras com doenças cardíacas, diabetes e histórico anterior de acidentes vasculares. Doenças que afetam os vasos sanguíneos no cérebro (como colesterol alto que aumenta o risco de acidentes vasculares) reduzem o fluxo sanguíneo para as células cerebrais e as células morrem.
- Mudanças de estilo de vida. Qualquer mudança positiva no estilo de vida, como mais exercícios e melhor alimentação, reduz os riscos de outras doenças que causam a morte das células cerebrais. A perda de peso, por exemplo, pode melhorar a pressão arterial e o açúcar no sangue e resultar em uma melhor saúde do cérebro.
- Qualidade do cuidado. As pessoas que vivem em ambientes onde são estimuladas mental, emocional, física e socialmente se saem melhor do que aquelas que vivem isoladas ou que vivem com cuidadores que desconhecem (ou relutam) em promover ambientes saudáveis. O cuidador precisa ter conhecimento da demência, do paciente e da evolução da demência para poder oferecer uma assistência de qualidade.
Artigo extraído e adaptado do original “Stages of Dementia”, publicado em MAKE DEMENTIA YOUR BITCH, pela Dra. RITA JABLONSKI.
Leia artigo original clicando aqui.
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Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.
Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA) Especialista em Saúde Mental. Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR | Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC | Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência
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