Priorizar as relações médico-paciente
Priorizar as relações médico-paciente é importante para criar o melhor ambiente para a cura, isto é, criar a CONEXÃO HUMANA. EM SE TRATANDO DE IDOSOS, esse vínculo é essencial, gera confiança e reduz as tensões e o medo.
Em sua essência, os cuidados com a saúde dizem respeito A PESSOAS CUIDANDO UMAS DAS OUTRAS. É uma prática íntima enraizada em algumas das melhores qualidades do ser humano. PROFISSIONAIS DA SAÚDE, pessoas que escolhem profissões de cura, entendem isso e se comprometem com anos de treinamento. Portanto, estão preparadas para ajudar a aliviar o sofrimento dos outros.
Mas, em um sistema que exige alta produtividade e impõe cargas administrativas excessivas, os médicos têm cada vez mais dificuldade em fornecer os cuidados de que seus pacientes precisam. A industrialização da assistência médica corrompeu o relacionamento de cura. Os cuidados de saúde tornaram-se mais transacionais, menos pessoais. Muitas vezes, o sistema não apenas falha em curar, como acaba criando novo sofrimento.
É preciso restaurar a arte de curar, colocando-a ao seu devido lugar, no centro do sistema de saúde. Isso significa fornecer tempo adequado para os médicos ouvirem e falarem com os pacientes, reduzindo a carga administrativa e liberando os médicos de preocupações negociais que desviam seu foco do ser humano angustiado e vulnerável, que é seu paciente. Esse é o tipo de ambiente que resulta no mais alto nível de satisfação profissional para os médicos e na cura mais eficaz para os pacientes.
Problemas atuais
Promover melhor relação médico-paciente
15 minutos são suficientes para uma consulta clínica produtiva? Quer seja suficiente ou não tempo, 15 minutos ou menos tornou-se o novo normal, pois os médicos de cuidados primários estão sob pressão crescente para atender mais pacientes em menos tempo. Desta forma, essa limitação de tempo torna difícil para médicos e pacientes desenvolverem relacionamentos significativos nos quais a cura possa ocorrer, restringe as conversas à “reclamação” mais urgente do paciente e contribui para o esgotamento clínico. Os clínicos de atenção primária, especialmente, precisam de tempo suficiente com os pacientes para entender completamente suas preocupações com a saúde, diagnosticar corretamente e promover uma conexão humana.
Lesão Moral
Por que muitos médicos estão “desmotivados” com a medicina? Por que os médicos estão se sentindo desconectados, deprimidos e exaustos? É mais do que apenas o aumento da carga administrativa sobre os médicos – é a industrialização dos cuidados de saúde. Os médicos estão presos entre seus valores morais, que os pressionam a fazer o que é melhor para seus pacientes, e as forças externas que os pressionam a maximizar os lucros, para sua própria clínica ou seu hospital. Essa luta leva ao que o Dr. Simon Talbot e a Dra. Wendy Deanchamam de “lesão moral”, a angústia e a perda que os profissionais de saúde sentem quando enfrentam um sistema que se preocupa apenas com o lucro.
A lesão moral é epidêmica entre os prestadores de cuidados de saúde, levando a uma ampla insatisfação com o trabalho e à depressão. Lesões morais também prejudicam os pacientes, porque os médicos que estão exaustos e, com isso, têm a probabilidade de cometer mais erros. Salvar os médicos e pacientes exigirá nada menos do que transformar o sistema de saúde e colocar o atendimento ao paciente e o bem-estar do médico, acima dos lucros.
Prontuários eletrônicos de pacientes
Os registros médicos eletrônicos (prontuários eletrônicos de paciente – PEP) foram saudados como a revolução nos cuidados de saúde, que reduziria os erros médicos e a carga administrativa e tornaria os dados clínicos mais acessíveis. Em vez disso, os prontuários eletrônicos foram cooptados por fornecedores privados e setores financeiros dos hospitais, transformando-os em veículos para faturamento, em vez de fornecer informações clínicas de maneira integrada. Os prontuários eletrônicos sobrecarregam os médicos com trabalho administrativo, distraem-nos durante as visitas aos pacientes, reproduzem erros que causam erros médicos, incentivam a medicação excessiva e restringem a atuação dos enfermeiros. Estudos mostram que os médicos passam mais tempo preenchendo os prontuários do que a conversa “tête-a-tête” com os pacientes. Algumas instituições criaram uma solução alternativa, fornecendo escriturários auxiliares que digitam os dados no prontuário eletrônica para os médicos.
É possível fazer melhor
Mas, é possível fazer melhor. A boa medicina requer prontuários que forneçam o potencial para coleta de dados e o acesso instantâneo às informações, sem eliminar a simplicidade amigável do papel e caneta e abrindo espaço para a empatia médico-paciente.
Publicado por Lown Institute – O Lown Institute é um “think tank” apartidário que defende ideias ousadas para um sistema de saúde mais justo e cuidadoso. 163 Highland Avenue, Needham, MA 02494
Artigo original disponível em: “Human Connection”
Traduzido por: Equipe 3i+
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