Pode haver alucinações e delírios em Alzheimer?
Devido a alterações no cérebro, pessoas com doença de Alzheimer podem, por vezes, ter alucinações, delírios e/ou paranoia. Entender a diferença entre estes termos é importante.
Alucinação é uma falsa percepção de objetos e eventos e são de natureza sensorial. Quando uma pessoa com Alzheimer tem uma alucinação, ela vê, ouve, sente cheiro e gosto de coisas que, na verdade, não estão presentes ali. Assim ela vê insetos andando em suas mãos ou então ouve pessoas falando com ela e ela até mesmo responde a elas.
Delírio, por sua vez, é definido com uma falsa ideia, frequentemente gerada por uma interpretação errada de uma dada situação. Por exemplo, uma pessoa com Alzheimer tem um delírio ao pensar que um membro da família está roubando alguma coisa sua ou que ela está sendo seguida pela polícia, ou ao acusar os outros de infidelidade e outros comportamentos impróprios. Este tipo de delírio de suspeição é algumas vezes classificado como uma paranoia.
O que esperar
Ajude as demais pessoas a entenderem estas alterações de comportamento. Assegure-se de que os membros da família e cuidadores entenderam que as suspeições e falsas acusações são causadas pela doença e não se referem a especificamente a eles.
Consulte o médico
Se uma pessoa com Alzheimer está tendo delírios e alucinações tão severos que podem colocar em risco a própria pessoa ou seu cuidador, ou ainda se o delírio ou alucinação está perturbando demais a pessoa, é importante fazer uma avaliação médica para determinar se é necessária uma intervenção medicamentosa. Primeiramente, o médico fará uma avaliação de eventuais causas físicas como infecções, desidratação, dores, abusos de drogas ou álcool, que também podem provocar alucinações e delírios. Embora a primeira abordagem recomendada de tratamento de tais sintomas seja não medicamentosa, se esta estratégia falhar e os sintomas continuarem muito severos, é preciso recorrer a uma intervenção médica. Somente o médico pode prescrever medicamentos antipsicóticos pois embora possam ser eficazes, em alguns casos, o seu uso pode vir associado a um aumento de risco de AVC e mesmo de óbitos em pacientes mais idosos com demência. É imprescindível a intervenção médica para avaliar os riscos e os benefícios dos medicamentos antes de tomar esta decisão.
É também aconselhável que seja feita uma avaliação do sistema auditivo e visual, assegurando que a pessoa não deixe de usar óculos ou aparelhos de surdez adequados.
Intervenções não médicas.
Em muitos casos de alucinações e delírios, intervenções não medicamentosas são a melhor maneira de ajudar pessoas com demência. Mesmo quando a recomendação médica prescreve o uso de medicamentos, os resultados podem ser mais efetivos quando combinado com ações e procedimentos não medicamentosos.
Como lidar com as alucinações do paciente?
- Não tome como ofensas. Responda com cuidado.
Seja cuidadoso e conservador ao responder à pessoa com alucinações e/ ou delírios. Se estes não causarem maiores problemas para o cuidador ou outros membros da família, é caso de ignorá-los.
- Procure transmitir segurança fazendo-a saber que você está ali para cuidar dela. Diga, por exemplo: “Não se preocupe. Estou aqui para protegê-la”.
- Não discuta nem tente convencê-la do contrário. Procure ouvir as razões e os sentimentos da pessoa, dizendo, por exemplo: “Parece que você está preocupada com alguma coisa” ou “Sei que isso está amedrontando você”.
- Dê-lhe respostas simples e honestas.
Tenha em mente que a pessoa pode perguntar sobre a alucinação ou delírio: “Você viu isso?”. Você pode responder: “Eu sei que você viu alguma coisa, mas eu não consegui ver”. Desse modo, você não está negando que ela tenha ouvido ou visto algo. Não exija demais da pessoa com explicações longas e complexas.
- Mude o foco para outra atividade.
Envolva-a em uma atividade nova ou peça-lhe que ajude a executar alguma tarefa. Sugira dar uma volta ou sentar-se em outro lugar. Convide a fazer alguma atividade preferida dela, como ouvir música, desenhar, ver álbuns de fotos e coisas assim.
- Duplique os objetos perdidos (“roubados”).
Se a pessoa fica frequentemente procurando algum objeto específico, que diz ter perdido, tenha duplicatas disponíveis. Por exemplo, se ela está sempre à procura de uma carteira “perdida”, compre uma ou duas do mesmo tipo e deixe-as disponíveis.
Fonte: Alzheimer’s Association
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