CUIDADOR: COMO VALORIZAR SEU TRABALHO?

CUIDADORCOMO VALORIZAR O TRABALHO DO CUIDADOR?

Ao falarmos o valor do trabalhos de um  cuidador, não estamos nos referindo ao valor econômico ou monetário mas sim do grau de importância de seu trabalho nos cuidados do dia a dia. A família nem sempre conhece e, não raras vezes, não reconhece este valor. Trabalho que exige muito sacrifício, de ordem física e principalmente psicológica, quase sempre acompanhado de anulação de si próprio, de momentos de desespero, de solidão.

A verdade  mesmo é que poucas pessoas  conseguem aquilatar o sofrimento, as dificuldades  e os momentos de constrangimento por que passa um cuidador. E mesmo assim, muitas vezes quem cuida ainda fica se sentindo culpado por sua inabilidade de entender e dar um melhor atendimento ao paciente de Alzheimer e outras demências.

Há muitas situações do tipo “seria cômico se não fosse trágico” com as quais diariamente o cuidador se vê obrigado a conviver e ainda superar as frustrações para continuar em frente.

Só quem já viveu na pele o papel de cuidador pode compreender em toda a extensão o sacrifício a que se submete.

Algumas histórias verídicas, contadas de modo, até certo ponto, engraçado aos olhos de terceiros, mas que quando ocorrem sistematicamente, dias e noites seguidas, se transformam em verdadeiro teste de resistência.

História 1

Certo dia, pela manhã, D. Antonia, uma senhora de 80 anos, encontrou o chão do corredor que vai do banheiro ao seu quarto molhado, água espalhada. Ao encontrar a cuidadora, sua filha, se voltou revoltada – você é a nova empregada aqui? Como é isso de molhar o corredor dessa maneira? Anda, anda, vá limpar já! – e resmungando – não se tem mais empregados  dedicados como antigamente. Há quanto tempo você está trabalhando aqui? Você é registrada com carteira assinada? Aqui todo mundo tem carteira assinada,o mordomo, a cozinheira, o jardineiro, todos. Vou pedir a meu filho que demita você.

A realidade: D. Antonia, ao sair do banheiro tinha deixado um rastro de xixi pela casa. A sua “realidade” era um tempo passado em que tinha uma mansão.

História 2

Sr. Coelho acorda lá pelas 3 da madrugada e sai pela casa nu, fugindo de alguém. Perguntado pelo cuidador – o que  está acontecendo Sr.  Carlos? Responde – estou sem farda para que não me reconheçam como o comandante da tropa; e você soldado se esconda também. Precisamos surpreendê-los. Estão do outro lado da fronteira. Ao ser informado pelo cuidador que os inimigos já se retiraram ele descansa em sua cama por momentos e logo em seguida ordena que os subordinados marchem em direção ao campo inimigo.

História 3

  1. Tereza, 2 da madrugada está acordada em seu quarto, luz acesa, revirando as gavetas do armário. Que é isso D. Tereza? Estou procurando minha carteira e minha chave. Espalhou roupas pelo chão e tudo mais que encontrou dentro das gavetas e reclamava em altos brados – quem roubou minha carteira? e minha chave onde está? Preciso ir embora para casa e preciso da chave e de dinheiro. D. Tereza! A senhora está em sua casa! Com os olhos vidrados e o rosto endurecido pela raiva Você está mentindo. Quer me manter presa aqui!

De modo geral, o que se recomenda é que o cuidador “entre” na ‘realidade do paciente’, não contrariando e sugerindo ao mesmo que a situação já está controlada e que não há mais motivos de preocupação. Deste modo, estará contribuindo para reduzir a ansiedade e o sentimento de insegurança que o paciente está sentindo.

Recomendação aos familiares:

  • Dê apoio forte e sistemático ao cuidador;
  • Procure se interessar pelo dia a dia, telefonando, perguntando;;
  • Ajude a reduzir o peso enorme que recai sobre o cuidador, dando-lhe reconhecimento e incentivos;
  • Esteja presente nos momentos mais críticos;
  • Planeje descansos períódicos ao cuidador.

Para o cuidador

Peça ajuda. Aceite a ajuda.Relate suas experiências, suas frustrações.
A divulgação, a troca de experiências poderá ainda ajudar outras pessoas a valorizarem seu trabalho.

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About Cida Griza

. Terapeuta Ocupacional . Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise - PUC/PR . Especialização em Atenção à Saúde do idoso (Gerontologia) - UFSC/SC . Especialista em Rede de Atenção à Saúde de Pessoas com Deficiência - UNESC . Terapeuta Ocupacional responsável pela SEVEN SENSES de Florianópolis . Coordenadora da Abraz-Subregional de Joinville/SC (2002 - 2010) . Professora do curso de pós graduação em Gerontologia - FURB/SC

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