Porque um idoso com Alzheimer perambula e se perde?
Não prejulgue, pois ele pode estar procurando fazer algo que tem em mente. Não está vagando sem objetivo.
Frequentemente vemos na rede social ou no noticiário, casos de idoso perdido com Alzheimer perambulando, vagando aparentemente sem destino.
Eis uma notícias publicada em: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/11/idoso-com-alzheimer-esquece-endereco-e-passa-5-dias-perdido.html)
Idoso perdido durante 5 dias, ao esquecer endereço de casa.
Homem de 66 anos teve esquecimento após sair de casa para passear.Reencontro aconteceu após campanha na internet e televisão.
O idoso Benedito Paiva Silva, de 66 anos, passou cinco dias perdido após esquecer o endereço da própria casa. Ele tem problemas de memória por conta do Alzheimer, e sofreu de um esquecimento após sair de casa para passear no dia 25 de outubro. O desaparecimento deixou a família preocupada. “A relação que eu tenho com ele é de pai e filho. Ele é meu pai e eu sou filho dele. Antigamente ele cuidava de mim, agora hoje, eu cuido dele”, conta o mecânico Francisco Silva, sobrinho do idoso.
A procura seguiu por vários dias pela Região Metropolitana de Belém, sem resultado. “Virei a BR todinha, entrava em rua, saia de rua, ia na contramão de moto, peguei uma bicicleta, rodava até 2h da manhã e nada”, relembra Francisco, que contou com a ajuda de amigos e vizinhos. “Saíamos eu e a sogra do filho dele, eles de manhã e a gente de tarde. O meu marido ia de noite também”, relata Maria de Nazaré, vizinha de Benedito.
Sem conseguir encontrar Benedito nos arredores da casa, a família decidiu fazer buscas pela internet. “Eu postei a foto dele e pedi pros meus amigos da rede social compartilharem, porque a gente sabe que na internet todo mundo vê, todo mundo tem”, conta a secretária Aniele Barbosa, esposa de Francisco.
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Pois bem, esta e outras cenas iguais a essa, de idoso perdido com Alzheimer, acontecem todos os dias em algum lugar.
Idoso perdido vira tema de programa na TV
Abaixo fazemos um resumo de um artigo de Angela Lunde, publicado em 11 de junho de 2014, pela Clinica Mayo, contando a estória de Melvyn e Doris, um casal de idosos de Little Rock, Arkansas e que foi tema de um programa da CBS, rede de TV americana.
A estória mostra quanto as instituições públicas precisam se adaptar à nova realidade da população idosa, que aqui como lá nos Estados Unidos, representa parcela cada vez maior na pirâmide demográfica. Fato que exige das autoridades em todas as esferas, municipal, estadual e federal, novas políticas públicas voltadas ao tratamento dos idosos.
Particularmente no Brasil, a promulgação do Estatuto dos Idosos pode perder seu valor prático e corre o risco de se transformar rapidamente em letra morta, em mais uma lei que não pegou, caso não haja uma vontade política dos governantes em encarar esta realidade de frente, sem demagogia. Quantos idosos sem recursos, pobres, dependem desta postura governamental?
Dignidade e respeito
Enquanto isso, vejamos o exemplo do que ocorre numa pequena cidade dos Estados Unidos, onde a população, e o idoso em particular, são tratados com respeito e dignidade.
Vale a pena conferir e divulgar.
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Há alguns meses atrás. a rede de TV americana CBS mostrou uma estória intitulada “Quando o amor se torna um instinto” (“When love becomes an instinct”) sobre Melvyn e sua esposa Doris.
No caso de Melvyn, ele queria era sair para comprar flores para sua esposa, pois ele sempre comprou flores no Dia das Mães, desde o nascimento do primeiro filho. Claramente ele estava profundamente preocupado com sua esposa e queria demonstrar sua afeição e fazê-la sentir-se especial naquele dia.
Ele tinha uma forte necessidade de dar e receber amor em troca.Os dois policiais de Little Rock, Arkansas, quando encontraram Melvyn entenderam isso e perceberam que ali estava um homem que tinha em mente uma missão, não era apenas um paciente de Alzheimer, perdido sem destino. Eles viram em Melvyn, uma pessoa, não um doente. Prestaram atenção nele e assim conseguiram entender e atender suas necessidades.
Antes de levá-lo de volta para casa, se dirigiram a uma floricultura, deram-lhe assistência na compra das flores e discretamente foram ao caixa e pagaram a conta, pois Melvyn estava com pouco dinheiro. Trataram-no com respeito e dignidade.
Esta é a atitude que se espera das instituições e da comunidade em geral ao lidar com pessoas com demência, ajudando-as a viver melhor através de compreensão, gentileza e apoio.
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Convém lembrar que fatos semelhantes são muito comuns. Aproximadamente 60% de pacientes com Alzheimer se perdem pelo menos uma vez e muitos deles até mais de uma vez.
A esposa de Melvyn agiu corretamente ao comunicar a policia em tempo. A polícia americana está já devidamente treinada para lidar com tais situações.
De qualquer modo, é recomendável que alguns cuidados sejam tomados. Vamos reduzir os riscos.
Usar algum meio de identificação
Se você é um cuidador de alguém com demência, certifique-se de que ele leva sempre consigo alguma forma de identificação com nome e/ou número de telefone de contato, para o caso de se perder. Colocação de braceletes com identificação, uso de tecnologia de rastreamento e se o paciente usa um celular, certificar-se de que o número de um familiar está gravado de forma acessível, são algumas formas de prevenir.
Como agir quando encontrar um idoso perdido
E se você, por acaso, encontrar alguém que pareça estar perdido ou confuso, verifique se traz alguma identificação. Se demonstrar que precisa de ajuda, procure gradualmente ganhar sua confiança e tente saber do que está precisando e ofereça ajuda para acompanhá-lo no que pretende fazer e chame a polícia (mesmo que despreparada) para ajudar.
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2 thoughts on “Alzheimer: O que fazer com um idoso perdido na rua?”
Com receio disso, mandamos fazer uma pulseira de prata (para não chamar muita atenção) pra vó com: Nome – nossos telefones e dizendo que ela tem Alzheimer e é cardíaca e ela usa sempre.
2 thoughts on “Alzheimer: O que fazer com um idoso perdido na rua?”
Prezada Patrícia.
Boa providência. Certamente vai ajudar.
Obrigada por seguir nosso site.
Abraços,
Cida