A INFANTILIZAÇÃO DA PESSOA IDOSA

(Tratar com carinho e infantilizar são atitudes bem diferentes)

Ao me dedicar ao estudo do envelhecimento, uma das coisas que me desperta atenção é a falta de consciência social em relação ao assunto. Não me refiro à carência de serviços, ä precariedade de atendimento, de acessibilidade e mobilidade urbana e de políticas públicas de saúde e qualidade de vida, nem äs tristes estatísticas de violência e maus-tratos, mas sim ao despreparo das pessoas em lidar com o envelhecimento com naturalidade.

No contexto familiar de idosos que apresentam dependência para atividades diárias, muitas vezes nos deparamos com inversão de papéis, com uma atitude zelosa por parte dos filhos, que quando desmedida, e de forma autoritária, gera uma superproteção limitante, uma infantilização da pessoa idosa, que apesar de não intencional, promove a desqualificação do idoso, comprometendo sua auto-estima e acelerando seu declínio cognitivo.

Esse olhar ao idoso como fraco, incapaz e até digno de pena é uma característica da cultura ocidental que, por estarmos caminhando a passos largos para nos tornarmos um país de idosos, merece reflexão.

Respeitar os interesses e história de vida

Na minha atividade profissional, oriento cuidadores e familiares a incentivarem a autonomia de seus assistidos, propondo atividades de acordo com as suas potencialidades, de forma lúdica, acolhedora e afetuosa, mas sempre procurando identificar a forma como preferem ser tratados, respeitando seus interesses, história de vida, e que náo utilizem comunicação infantilizada, que náo enfatizem sua condição de dependência e fragilidade e que jamais desconsiderem seu papel na sociedade.

Andréa Stamford – Diretora da Empresa CUIDARE Tijuca (mais informações – clique aqui)

CRP 05/18981

Psicóloga Clínica, Terapeuta Cognitivo Comportamental, com Formação em Neuropsicologia e Extensão em Neurociências

stamford.psicologia@gmail.com

Consultório na Tijuca-RJ

*********************************************************

Confira também:

ALZHEIMER: problemas de comunicação cuidador-paciente – 10 DICAS

.