Como tratar de mudanças de comportamento em ALZHEIMER?
Muitas pessoas acham que as mudanças de comportamento causadas pela doença de Alzheimer são o efeito mais desafiador e angustiante da doença. A principal causa dos sintomas comportamentais é a deterioração progressiva das células cerebrais. No entanto, medicamentos, influências ambientais e algumas condições clínicas também podem causar sintomas ou piorá-los.
Mudanças mais comuns de comportamento
Nos estágios iniciais, as pessoas podem vivenciar mudanças de comportamento e personalidade, como:
– Irritabilidade
-Ansiedade
-Depressão
Em estágios mais avançados, outros sintomas podem ocorrer, incluindo:
-Agressão e Raiva
-Ansiedade e Agitação
-Sofrimento emocional
-Explosões física ou verbais
-Inquietação, andar de um lado para o outro, rasgar papel ou lenços de papel
-Alucinações (ver, ouvir ou sentir coisas que não estão ali)
-Delírios (crença firme na existência de coisas que não são verdadeiras)
-Distúrbios do sono
-Síndrome do pôr do sol
Situações que desencadeiam mudanças comportamentais
Eventos ou mudanças no ambiente de uma pessoa geralmente desempenham um papel importante no desencadeamento de sintomas comportamentais.
A mudança pode ser estressante para qualquer pessoa e pode ser especialmente difícil para uma pessoa com doença de Alzheimer. Pode aumentar o medo e a fadiga pelo esforço de tentar entender um mundo cada vez mais confuso.
Situações que afetam o comportamento podem incluir:
-Mudança para uma nova residência ou lar de idosos.
-Mudanças em um ambiente familiar ou de cuidador.
-Má interpretações de ameaças .
-Internação hospitalar.
-Ser solicitado a tomar banho ou trocar de roupa.
Identificar o que desencadeou um comportamento muitas vezes pode ajudar a escolher a melhor abordagem para lidar com ele.
Avaliação médica dos fatores que contribuem
Todos que desenvolvem mudanças de comportamento devem receber uma avaliação médica completa, especialmente se os sintomas aparecerem repentinamente.
Dificuldade de comunicação
Como as
pessoas com Alzheimer perdem gradualmente a capacidade de se comunicar, é
importante monitorar regularmente seu conforto e antecipar suas necessidades.
Embora a principal causa dos sintomas
comportamentais seja o efeito da doença de Alzheimer no cérebro, um exame pode
revelar outras condições tratáveis que estão contribuindo para essas alterações.
Condições que contribuem:
-Efeitos colaterais de medicamentos. Muitas pessoas com Alzheimer tomam medicamentos prescritos para outros problemas de saúde. Efeitos colaterais de drogas ou interações entre drogas podem afetar o comportamento.
-Desconforto causado por infecções ou outras condições. À medida que a doença piora, as pessoas com Alzheimer têm cada vez mais dificuldade em se comunicar com outras pessoas sobre o que está sentindo. Como resultado, eles podem ser incapazes de relatar sintomas de doenças comuns. A dor de infecções do trato urinário, ouvido ou seios nasais pode levar a inquietação ou agitação. O desconforto de uma bexiga cheia, constipação ou sensação de muito calor ou muito frio também pode ser comunicado através do comportamento.
-Problemas não corrigidos de audição ou visão. Estes podem contribuir para a confusão e frustração além de provocar uma sensação de isolamento.
Abordagens não medicamentosas
Estratégias não medicamentosas para gerenciar sintomas comportamentais podem produzir conforto físico e emocional.
Muitas dessas estratégias visam identificar e atender necessidades que a pessoa com Alzheimer está tendo dificuldade de expressar. Em princípio, à medida que a doença progride, recomenda-se tentar primeiramente uma abordagem não medicamentosa.
As etapas para desenvolver tratamentos não medicamentosos bem-sucedidos incluem:
-Reconhecer que a pessoa não está apenas “agindo mal ou mal-humorada”, mas está mesmo tendo mais sintomas da doença.
-Identificar a causa e como o sintoma pode se relacionar com o dia a dia da pessoa com Alzheimer.
-Mudar o ambiente para eliminar dificuldades e obstáculos que reduzem o conforto, segurança e tranquilidade.
Dicas que ajudam
-Monitore o conforto pessoal. Verifique se está ocorrendo dor, fome, sede, constipação, bexiga cheia, fadiga, infecções e irritação da pele. Mantenha uma temperatura confortável no quarto.
-Evite discordar ou argumentar. Por exemplo, se uma pessoa expressa o desejo de visitar um dos pais, já falecidos a anos atrás, não diga que os pai já morreram. Em vez disso, diga: “Sua mãe é uma pessoa maravilhosa. Eu gostaria de vê-la também”.
-Redirecione a atenção da pessoa. Tente permanecer flexível, paciente e solidário, respondendo à emoção, não ao comportamento.
-Crie um ambiente calmo. Evite ruído, brilho, espaço inseguro e muita distração de fundo, incluindo televisão.
-Permita descanso adequado entre atividades estimulantes.
–Reafirme a segurança, dizendo que está bem.
–Entenda as solicitações e responda a elas.
-Procure descobrir as razões que estão por trás de cada comportamento. Consulte um médico para identificar quaisquer causas relacionadas a medicamentos ou doenças.
-Não leve o comportamento para o lado pessoal e compartilhe suas experiências com outras pessoas e outros cuidadores.
Medicamentos para sintomas não cognitivos (comportamentais e psicológicos)
Se as abordagens não medicamentosas falharem após serem aplicadas de forma consistente, a introdução de medicamentos pode ser apropriada para pessoas com sintomas graves ou que tenham potencial de prejudicar a si mesmos ou a outros. Embora os medicamentos prescritos possam ser eficazes em algumas situações, eles devem ser usados com cuidado. De modo geral, o uso de medicamentos é mais eficaz quando combinado com abordagens não medicamentosas.
Princípios orientadores
Os seguintes princípios gerais podem ajudar a orientar o uso apropriado de medicamentos:
-Conheça os riscos e benefícios. É importante entender os potenciais benefícios e riscos de um medicamento antes de tomar decisões de tratamento.
-Atinja um sintoma específico. O tratamento eficaz de um sintoma central pode ajudar a aliviar outros sintomas. Por exemplo , alguns antidepressivos podem ajudar as pessoas dormirem melhor .
-Comece com uma dose baixa de um único medicamento e monitore de perto os eventuais efeitos colaterais. Os efeitos colaterais podem ser graves e, ocasionalmente, os medicamentos podem até piorar o sintoma que está sendo tratado. A dosagem não deve ser alterada sem uma avaliação cuidadosa do médico.
Extraído de “Treatments for Behavior – Common changes in behavior” publicado em ALZHEIMER ASSOCIATION. Artigo original disponível, clicando aqui.
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Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.
Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA) Especialista em Saúde Mental. Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR | Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC | Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência
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