COMO PRESERVAR A DIGNIDADE DE PACIENTES COM DEMÊNCIA (ALZHEIMER)
Preservar a DIGNIDADE de um paciente com Alzheimer é prover meios para pessoas fazerem suas próprias coisas. Muitas vezes isso exige boa dose de paciência e uma muita orientação misturada com compreensão por parte do cuidador.
Sempre que vêm à tona questões relacionadas a cuidados na demência, surge necessariamente a discussão sobre a dignidade do paciente.
PRESERVAR A DIGNIDADE DE UMA PESSOA COM ALZHEIMER É PRESERVAR A PRÓPRIA PESSOA A SER ELA MESMA.
Por exemplo, sua mãe costuma levantar-se toda manhã e saúda o dia com uma xícara de café e comida quente. Porém agora que ela está com demência, esta rotina que ela executou anos e anos, tornou-se um desafio diário. Durante muitos anos ela preparou seu próprio café da manhã, mas agora ela tem que fazer um grande esforço até mesmo para ligar a cafeteira ou a torradeira.
Ao ver essa cena, você se sente mal e começa a ajudá-la, acreditando que estará fazendo o melhor para conforto dela. Levanta-se antes dela e prepara o café, prepara a comida quente preferida e deixa tudo prontinho na mesa.
Passados alguns meses desta nova rotina, sua mãe começa a ter problemas para se alimentar sozinha. Vai sentar-se à mesa, vai olhar a colher e em seguida, sem entender a sua utilidade, deixá-la de lado, comerá com as mãos, colocando-as direto dentro do prato e derramará a comida na mesa.
Você fica horrorizado e começa a alimentá-la, em todas as refeições, dando comida à sua boca.
Vamos ver a questão por outro ângulo: ao ajudar sua mãe a se alimentar todas as manhãs, todos os dias, você tirou dela sua independência. É verdade que ela tem dificuldade de realizar esta e outras tarefas básicas, Mesmo assim, não devemos eliminar os desafios do dia a dia. Em lugar disso, que tal AJUDÁ-LA A SE AJUDAR, isto é, ao invés de FAZER POR ELA, estimulá-la a fazer por si mesma, a FAZER COM ELA.
O objetivo é buscar sempre preservar a independência do paciente nas refeições.
Alguns pacientes de demência estão num estágio em que não conseguem mesmo saber como usar alguns utensílios (garfo, colher, por exemplo). Nestes casos, antes de dar alimento em suas bocas, é recomendável orientá-los e auxiliá-los no uso correto do objeto. Se estiverem apresentando algum comprometimento motor nas mãos, sempre sob orientação de profissional especializado, encontrar (existem vários à venda) uma adaptação funcional nos utensílios. Segure a mão do paciente e ajude-o a segurar corretamente a colher, por exemplo, a introduzi-la na tigela ou no prato e levá-la à boca. Após algumas repetições o paciente pode mesmo começar a se alimentar por si só.
Recomendável que outros pequenos afazeres do dia a dia (secar a louça, dobrar roupas, recolher roupas do varal, compor a mesa para as refeições, cuidar de plantas em jardins suspensos, lavar e enxugar as mãos antes das refeições, etc.) sejam delegados como parte de uma rotina planejada, com orientação. Estas atividades estimulam os aspectos cognitivos, motores e emocionais.
E em última instância, o importante é que, ao fazer algumas atividades sozinha, com orientação mas sozinha, você estará buscando a PRESERVAÇÃO DA SUA AUTO-ESTIMA E SUA DIGNIDADE.
Para a escolha das atividades mais apropriadas é recomendável uma avaliação do estágio da demência por um profissional de Terapia Ocupacional com experiência e conhecimento em gerontologia.
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Equipe 3iMelhor
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