A inquietação é um dos sintomas mais comuns da doença de Alzheimer. Três em cada cinco idosos com Alzheimer perambulam, vagueiam, durante o curso da doença, com predominância na fase intermediária. Algumas vezes saem pelas ruas com um propósito específico em mente. Podem estar perdidos na memória em algum momento de sua infância ou tentando executar uma atividade que costumavam fazer. Ou podem estar procurando algo que não conseguem encontrar, ou ainda uma tentativa para retornar a algum lugar de vaga lembrança. Infelizmente, este sintoma de Alzheimer é particularmente perigoso – com ameaças à própria vida. Menos de quatro em cada 100 idosos com deficiência de memória que perambulam longe de casa são capazes de voltar sem assistência.
Quando acontecem a inquietação e a perambulação em Alzheimer?
Todos os pacientes de Alzheimer correm o risco de ter a síndrome da perambulação em algum estágio. Alguns sinais de que o paciente está começando apresentar o sintoma da perambulação:
- Está muito inquieto e faz movimentos repetitivos
- Apresenta dificuldade para encontrar lugares como banheiros ou cozinha
- Fica procurando saber onde estão as pessoas da família
- Aparenta estar fazendo uma pequena tarefa ou um passatempo e que não completa nunca
- Mostra-se perdido ou confuso em ambientes novos ou desconhecidos
- Tenta ir para o trabalho ou fazer alguma obrigação antiga
- Quer ir para casa mesmo estando em casa
Em alguns casos, pode mesmo não haver sinais claros de que episódios de perambulação estejam prestes a ocorrer.
Estratégias não medicamentosas para lidar com a inquietação e perambulação
- Nunca deixe o paciente só em casa.
- Canalize o gasto de energia do paciente a atividades físicas e recreativas, musicoterapia, contato com animais, passeios de carro e outras atividades prescritas pela terapia ocupacional, sempre sob orientação profissional, especialmente se o mesmo vem mostrando sinais de inquietação. Dê especial atenção a esta recomendação que tem dado resultados comprovadamente surpreendentes.
- Se morar em casa, para que o paciente possa fazer caminhada pelo jardim ou quintal, verifique a segurança da cerca / muros e portões.
- Assegure-se de que ele está atendido em suas necessidades básicas, como fome, sede, idas a banheiro, assim que ele começar a perambular e se mostrar inquieto.. Algumas vezes a perambulação noturna pode estar associada à fome ou sede. Deixe na cabeceira um copo de água e um biscoito leve.
- Mantenha alguma iluminação noturna nos corredores para prevenir eventuais quedas.
- Certifique-se de as portas de saída têm chaves e trancas que dificultem a abertura ou camufle as maçanetas. Dependendo da situação, pode também haver necessidade de instalar grades/redes nas janelas ou detectores de movimento que deem sinais de alerta quando ao se abrir ou fechar a porta de saída. Uma solução mais simples é colocar sinos pendurados nas portas.
- Coloque placas com avisos bem visíveis nas saídas com dizeres como “Pare” ou “Não entre” (condição válida somente enquanto o paciente apresentar capacidade de decodificar mensagens).
- Deixe vizinhos cientes das condições do paciente e mantenha à mão uma lista de nomes das pessoas e respectivos números de telefones para quando você precisar de ajuda
- Certifique-se de que o paciente sempre carrega uma identidade. Isto assegurará que ele poderá ser identificado em situações críticas. Lembre-se, no entanto, que ter uma identidade na carteira não é suficiente pois pode ser removida, acidental ou deliberadamente. Mais indicado é a utilização de um bracelete/pulseira com os dados de identificação (nome e telefone). Você pode também costurar uma etiqueta de identificação internamente na jaqueta ou paletó.
- Se tiver que sair com o paciente em local de grande fluxo de pessoas, vista-o com roupas com cores fortes que permitam visualizar mesmo à alguma distância.
- Se houver condições financeiras, lance mão da tecnologia que oferece modernos equipamentos de rastreamento que permitem instalar em pulseiras microtransmissores de rádio, de curto alcance, projetados para soar alarmes numa central caso o paciente se afaste fora de um perímetro pré-definido.
- Procure criar uma rotina de levá-lo para dormir sempre na mesma hora costumeira, não deixe que durma durante o dia e elimine o café (cafeína), pois a perambulação pode ser consequência de insônia e noites mal dormidas.
- Finalmente, se nenhuma desta medidas for suficiente, procure seu médico para averiguar eventuais causas subjacentes, não aparentes, ou ainda para prescrever medicamentos adequados que reduzam os estados de inquietude e de perambulação.
Cuidar de um paciente familiar com Alzheimer é uma tarefa difícil e frustrante – procure sempre a ajuda de profissionais especializados e as Associações de Alzheimer que estão aptos a dar orientações seguras para o desempenho desta tarefa.
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