A DOR EM IDOSOS COM DEMÊNCIA

“Pessoas com demência não sentem dor.”

Bobagem!

Pessoas com demência sentem dor, sim: física, psicológica, emocional. Eles podem não ser capazes de dizer, em palavras, que dói.  Mas podem “dizer” através de ações.

Se pessoas com demência parecerem estar com dor, muito provavelmente estarão. Existem crenças ultrapassadas, de que pessoas com demência são menos sensíveis à dor, mas isso é um completo absurdo.

Em primeiro lugar, uma pessoa com demência pode não ser capaz de dizer “eu estou com dor”.

Mas ela pode estar tentando comunicar a dor:

– através de inquietação,

– chorando,

– gemendo,

– pondo a mão na área afetada,

– friccionando a área afetada,

– ficando com o corpo rígido e movimentos restritos,

– demonstrando agitação (afastando o cuidador, gritando e até mesmo se debatendo).

Identificando a causa

Depois de constatar que a pessoa com demência está sentindo dor, o próximo passo é descobrir O QUE está causando a dor para poder tratá-la adequadamente.

Primeiramente, verifique o vestuário e o ambiente. Os sapatos estão colocados corretamente; não estão apertados? O assento da cadeira não está rasgado e algo pontiagudo no assento estaria machucando a pessoa?

Depois faça uma varredura do corpo. Existe alguma área avermelhada ou inchada, especialmente nas articulações?

Olhe a boca. Remova dentaduras, se for o caso. Verifique se há alguma mancha vermelha ou branca nas gengivas? Pode haver um ferimento por atrito ou uma infecção por fungos. Ambos são dolorosos.

Se nada for constatado, verifique eventuais problemas de saúde que a pessoa já tenha. Por exemplo, alguém com artrite de longa data pode estar tendo um surto. Ou então, existe alguma parte específica do corpo que a pessoa esteja protegendo com as mãos? Pode ser uma fratura ou lesão. Em idosos, que são naturalmente mais frágeis, especialmente mulheres, as fraturas ósseas podem ocorrer mesmo sem queda ou trauma.

Consulta médica

Após estes exames preliminares, é recomendável uma consulta médica para descobrir a origem precisa da dor.

Uma vez identificada a causa da dor, o médico provavelmente irá receitar uma medicação para a dor. Importante observar que devido a alterações na composição da gordura corporal e no metabolismo de medicamentos, idosos podem necessitar, inicialmente, de dosagens menores de analgésicos com um tratamento gradual.

Inicia-se tratando a dor com analgésicos como Tylenol, e posteriormente, caso estes não sejam eficazes, utilizando gradativamente medicamentos mais potentes; ibuprofeno e naproxeno podem ser introduzidos, inicialmente em dosagens de venda livre e depois, se necessário, em dosagens sob prescrição médica (tarja preta). Alguns emplastros de fentanil, que liberam níveis baixos e constantes de medicamentos podem ser eficazes. De qualquer modo, o uso de medicamentos só deve ser feito sob prescrição médica, uma vez que os remédios mais fortes podem causar efeitos colaterais como constipação e sedação.

Terapias não medicamentosas

Terapias não medicamentosas também são úteis e podem ser usadas em combinação com terapias medicamentosas. Massagem, calor úmido ou compressas (dependendo da localização e do tipo de dor) podem ser eficazes.


Extraído e traduzido do artigo “Dementia and Pain: fixing the cause”, publicado por Rita Jablonski em Make Dementia Your B, disponível clicando aqui.


POLÍTICA EDITORIAL: O site TERCEIRA IDADE MELHOR acredita que a educação é a chave para o sucesso no atendimento a pessoas com ALZHEIMER e outras demências. Trabalhamos para garantir que a seleção de recursos e conteúdos sobre IDOSOS, ALZHEIMER e outras demências, aqui publicados contribuam para a conscientização e apoio a famílias e profissionais que se dedicam aos idosos.

Observação: As informações contidas neste site não devem ser usadas como substitutivo de cuidados e aconselhamentos médicos.


Publicado por: Maria Aparecida Griza (CIDA GRIZA)       Especialista em Saúde Mental. Psicopatologia e Psicanálise / PUCPR    |     Especialista em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Gerontologia / UFSC    |     Especialista em Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência


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