ESTÁGIOS EMOCIONAIS DO CUIDADOR – Terceira Idade Melhor

AFLIÇÃO E DOR DE CUIDADORES

Quando uma pessoa amada é acometida por Alzheimer, é muito difícil e doloroso reconhecer que ela nunca mais será a mesma pessoa; e esta triste constatação vai ocorrendo à medida que a doença avança através de seus estágios.

Muitas pessoas imaginam que os estágios explicados na literatura sobre a doença duram semanas ou meses, entretanto a divisão da evolução em estágios tem objetivo didático e resultado de observação, e os limites entre um estágio e outro, não são precisos.  Os estágios costumam ser definidos por um conjunto de sintomas e reações características comuns entre  os pacientes. Entretanto, nem todos apresentam todos os sintomas de cada estágio e às vezes nem passam por todos os estágios assim como a duração de cada estágio pode variar de pessoa a pessoa; podem também ocorrer casos em que o paciente apresenta simultaneamente reações de estágios diferentes, num determinado momento.

Independente do estágio de evolução da doença a aflição e a dor do cuidador é sempre muito grande e seu sofrimento passa também por vários estágios emocionais:

NEGAÇÃO – Cuidadores se negam aceitar o diagnóstico 

Negação da doença, a não aceitação, é o primeiro estágio, uma espécie de estado de choque. “Acho que é apenas um sonho ruim e que, amanhã de amanhã, quando acordar tudo terá passado!” Ao recebermos o diagnóstico, ficamos querendo saber como vão ser as coisas, como vamos resolver a nova situação.

RAIVA – Cuidadores despejam sua raiva em outras pessoas

A raiva é muito comum quando a realidade do  diagnóstico de que a pessoa amada está mesmo com  Alzheimer indica a irreversibilidade da doença. Despeja-se a raiva nos amigos, nos outros membros da família, em  si mesmo, no próprio doente e até mesmo em Deus. “Porque está acontecendo isso conosco?” “Porque minha mãe (ou meu pai)?” É natural sentir-se só e abandonado. Sentir raiva é até mesmo necessário. Faz parte de um processo de cura da dor.

Cuidadores caem em DEPRESSÃO

Haverá momentos em que gostaríamos que a vida da gente voltasse ao que era antes, que a pessoa querida recuperasse as condições anteriores. Diante da constatação da impossibilidade, pois que Alzheimer não tem cura, vem a depressão pela perda da pessoa amada que jamais será ela mesma novamente. Retiramo-nos da vida e nos deixamos ser tomados por uma enorme tristeza. É muito difícil voltar a sentir-se bem. Tentar viver a própria vida, tendo alguém da família com Alzheimer, chega a parecer um ato de traição.

ACEITAÇÃO

Embora muitos familiares nunca consigam, é preciso buscar alcançar um estado de aceitação. Pode levar meses ou mesmo anos, mas é preciso, pois só quando atingimos esse estado emocional é que estaremos prontos para retomar nossas próprias vidas e juntar forças para enfrentar o fato, infelizmente irreversível, de que nosso ente querido está com Alzheimer.

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About Cida Griza

. Terapeuta Ocupacional . Especialista em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise - PUC/PR . Especialização em Atenção à Saúde do idoso (Gerontologia) - UFSC/SC . Especialista em Rede de Atenção à Saúde de Pessoas com Deficiência - UNESC . Terapeuta Ocupacional responsável pela SEVEN SENSES de Florianópolis . Coordenadora da Abraz-Subregional de Joinville/SC (2002 - 2010) . Professora do curso de pós graduação em Gerontologia - FURB/SC

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